quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Splash ou Sobre a impunidade brasileira

Ontem fui ao cinema ver The Reader. Esse é um programa que não me canso de fazer e que não enche minha cabeça com culpa por causa da dissertação. É rapidinho, vou ali, vejo o filme e volto pra casa. O filme é muito bom, recomendo.

Mas este post não é pra comentar sobre cinema, filme bom e outras coisas prazerosas. É pra comentar o que aconteceu comigo depois do cinema.

Eu estava na parada de ônibus, do lado de fora do Shopping Barra Sul, esperando, óbvio, meu ônibus, para ir para casa. Não estava sozinha, tinha pelo menos umas 10 pessoas lá.

Foi então que aconteceu: um carro passou bem perto da parada, um carro pequeno, tipo Pálio, mas com 4 portas, e da janela da porta de trás desse carro jogaram um líquido em mim. E não foi pouco não, eu fiquei toda molhada, como se tivesse pego chuva. Foi muito rápido! Sabe, no cinema, quando uma cena corta pra outra? Pois é, foi mais ou menos assim que aconteceu. Numa hora eu vi o líquido, no outro eu estava molhada.

Não consegui pensar em nada, nem em anotar a placa, porque foi realmente muito rápido, acho que o carro estava a uns 40 km/h. Só ouvi a risada, ao fundo, do imbecil que fez isso. Engraçado, né?

Me senti tão envergonhada! Não por estar molhada, não por ter ouvido a risada desse palhaço ou de algumas pessoas sem empatia nenhuma que estavam na parada, mas fiquei envergonhada por ser impotente e por saber que esses caras fazem isso e saem impunes. Aliás, eles fazem isso por causa da impunidade.

Cabe dizer que eles atiraram água em mim, mas poderia ter sido urina, ácido ou qualquer outra coisa.

Eu senti tanta vergonha do Brasil! Desse país que defende ricos e que perpetua a noção de que esses mauricinhos vão se dar bem às custas dos outros. Esse é o país da impunidade!

Não anotei (nem vi) a placa do carro, por isso não dei queixa. E mesmo se desse, ninguém ia investigar porra nenhuma, seria só mais um número pra estatística. Por isso que os idiotas que fizeram isso comigo vão continuar fazendo com outras pessoas.

Não têm respeito pelos outros e não têm medo da justiça, porque ela não existe nesse país!

Hoje eu desisti daqui.