segunda-feira, 14 de abril de 2008

Mão de obra


Hoje descobri o que "dupla jornada de trabalho" quer dizer.

Como tinha dito no post anterior, tinha um trabalho em vista. É uma outra criança pra cuidar.
Vi o anúncio na lavanderia, liguei, fui na casa da mãe da criança, fiz uma entrevista e esperei ela retornar. Antes disso, liguei pra Angel, a mãe do Lucas, o outro menino que eu cuido de vez em quando, pra pedir que ela desse referências minhas pra outra mãe.

Isso aqui nos EUA é fundamental pra qualquer trabalho - até pra trabalhar como limpadora de bumbum de bebê.

Uma semana depois, a mãe do novo menino ligou pedindo que eu ficasse com o guri por uma hora e meia como experiência - ela estaria junto. Isso foi na quinta passada. No final do trabalho, ela pediu que eu ficasse com ele mais uma hora e meia hoje.

Então hoje, voltei lá. O Jonatan (não sei se é assim que eles escrevem o nome dele) é um bebê de 14 meses, muito fofo, que começou a andar há umas duas semanas e que sabe falar "no" e apontar pro que quer. Não tem jeito de ficar parada muito tempo com ele, porque ele quer é andar. É novidade e ele quer aproveitar!!!

E tem o Jordan, o irmão mais velho, de 3 anos. Por enquanto, só vou tomar conta do menor (o que já é bastante trabalho), depois serão os dois, mas o Jordan é meio carente. Aparentemente ele sente ciúmes da atenção que dão ao outro, então ele queria brincar comigo, super fofo, mas eu mal dava conta de um, quanto mais dos dois :) !!!!

Foi divertido!!! Foi divertido correr atrás do Jonatan, brincar e conversar com o Jordan e, principalmente, receber por isso. Não é muito. Na verdade é uma mixaria, mas, por enquanto, não posso trabalhar com outra coisa aqui.

Quer dizer, eu posso, mas tenho que pedir permissão ao governo, e é tanta burocracia que até agora não pedi. Então tenho que trabalhar dentro de casas, porque não tem como o governo fiscalizar - e esse tipo de trabalho é meio permitido.

E esse trabalho é bom, porque não me ocupa muito tempo. A Elinor (a mãe) é israelense e trabalha com shiatsu (massagem japonesa), então precisa de baby-sitter apenas quando ela também é chamada por algum cliente. Assim, posso continuar cuidando do Lucas de vez em quando ou indo nos encontros do RWW.

Mas por que dupla jornada de trabalho? Porque voltei pra casa (PODRE) depois de ter cuidado do Jonatan e ainda fui limpar a casa e fazer o jantar....

De segunda a quarta o Bruno sai de casa de manhã e só volta muito tarde. Então tenho tentado sempre cozinhar pra esperar por ele. Quem conhece o Bruno sabe que ele só come porcaria, então, pelo menos uma vez por dia, tento fazer ele comer uma refeição decente. Além disso, essa disciplina dele deixa ele muito estressado; se alimentar mal só tornaria tudo pior.

Então.... dupla jornada de trabalho, dupla dor nas costas, duplo cansaço nas pernas, dupla vontade de tomar banho e dupla vontade de cair na cama....

Será que a Elinor topa me pagar em sessões de shiatsu? Vou precisar....

terça-feira, 8 de abril de 2008

Sol, sol, sol


Hoje fez um dia maravilhoso aqui. 16 graus!!!! Acredita?

Você, que está com quase 30 graus aí, deve estar rindo de mim, mas se coloque no meu lugar: depois de neve, frio, vento, chuva e dias nublados, ter um dia ensolarado, azul, sem nuvens e quente, é tão, tão bom!!!

De manhã teve encontro do Round World Women; fomos numa estufa-loja-viveiro de plantas. O programa casou bem com a estação do ano. Entendeu? Sol+calor+flores=primavera!!! Sim, acho que ela finalmente chegou :)

Lá na estufa ganhei uma muda de amor-perfeito. Plantei no meu jardim, junto com as minhas tulipas, que já estavam morrendo dentro de casa, e com meu lírio, que já estava morrendo lá fora.

Ah... e no meu jardim apareceu uma flor linda. Ela nasceu do nada, no meio das folhas, depois que a neve derreteu. No início até pensei que fosse de plástico, de tão forte que são as suas cores. Tão fofa... parece uma tulipa pequenininha....

Voltei pra casa depois do encontro e fui almoçar com o Bruno na Umass. Peguei a bicicleta do André emprestada - porque o dia pedia bicicleta!!!!

Paguei o aluguel, voltei pra casa e recomecei a escrever no blog. Viu, com um dia de sol, até botar as fofocas em dia, dá vontade.

Depois fui na Jacque, tomei café, a Paula apareceu, ficamos batendo papo.

Voltei pra casa e tinha recado na secretária eletrônica de um possível trabalho. Êba!!!! Quinta-feira tenho a confirmação. Se tudo der certo, escrevo os detalhes aqui. Torça por mim :)

As coisas simples da vida


Nesse fim de semana que passou, foi a vez da Jacque e do André fazerem jantares na casa deles. No sábado, torta de frango, no domingo, sopa de feijão. Tudo uma delícia.

Mas o legal desse fim de semana foram as tardes. Sábado estava fazendo um dia lindo, com sol e temperatura agradável. Eu e o Bruno fomos caminhando até o centro de Amherst, tomamos sorvete, sentamos num banco, depois compramos o que faltava em casa. Foi bem gostoso poder, enfim, caminhar no sol.

No domingo fomos com a Jacque e o André numa fazenda que produz sorvete. Delicioso (pai, te levo lá quando tu vier aqui). Pena que estava um pouco frio e nublado, mas o sorvete valeu o dia. Hummmm.

Bem gostoso esse fim de semana. Sol, sorvete e amigos.

Grande inauguração


Fim de semana retrasado (dia 29 de março), demos uma festa pra comemorar a compra da nossa nova mesa. Pode parecer besta, mas pra nós, era um martírio tirar as coisas da "escrivaninha", torná-la mesa de jantar e depois pôr tudo em cima de novo, papéis, livros, porta-canetas, etc.

A mesa que usávamos como escrivaninha é do Antônio, ele tinha nos emprestado. Como estávamos numa onda de compras para a casa, sábado de manhã fomos comprar uma escrivaninha também. Ok. Ao todo, em uma semana, compramos mesa de jantar, mesa de centro, mesa de canto, escrivaninha, armário para papéis, prateleira para os livros, criados-mudos, luminárias e itens de decoração, como velas. Mobiliamos a casa.

Ela está tão fofa...

Então... merecia, ou não, uma festa? Fiz chili com carne, pedimos pro pessoal trazer salgadinho pra comer com o chili e foi tri legal. Veio o Marcelo, a Rhona, o Antônio, a Paula, a Jacque, o André, a Angel, o Lucas, o Sadoc, a Cláudia, o Guto, o Dirk e a Armita.

O Marcelo ainda trouxe o violão, então tínhamos dois violeiros e muitos desafinados!!! Fomos até às 3 da manhã (o que é um recorde aqui, porque as festas terminam à meia noite).

Foi bem bom. Pra fechar com chave de ouro o fim de semana, no domingo fomos ver "21" no cinema com o Antônio e com a Paula. Bem, bem bom.

I love NY (ou continuação de Fim de semana em NY)


Bom esse post é a continuação do anterior, mas não tem problema ler separado.

No sábado de tarde, dia 22 de março, quando descemos do metrô na Grand Central Station, fomos comer o que seria a "melhor" cheesecake de NY. Seria, porque não foi!!!! Credo, um troço azedo!!! Não recomendo!

Quando saímos da estação, estávamos no coração da cidade!!!! Fomos pra Biblioteca Pública, linda, linda!!!!! Depois descemos a 5a. Avenida..... ai... ai.... Tiffany, Channel, Prada, Louis Vitton, Giorgio Armani e outras lojas que só dá pra olhar a vitrine, mas que mesmo assim, é muito legal de ver!!! Ah, mas deu pra ir na Barnes & Noble, uma super livraria de lá, pra ir na loja da Disney, enfim.... pobre também tem sua vez na 5a. Avenida!!!

Continuamos caminhando e fomos pro Rockefeller Center. Tri!!! Lindo!!!

Depois fomos pra Times Square.... LUZES, GENTE!!!! É estranho, acho que a gente não conseguia se mexer, mas eu estava tão feliz, que tudo parecia lindo, lindo, lindo!!! Ainda fomos no Hardrock Café, antes de irmos jantar.

Bem, queríamos jantar em Little Italy, porque queríamos um restaurante italiano, então pegamos o metrô e saímos na estação certa, mas fomos pra direção errada!!!! Ao invés de irmos pro leste, fomos pra oeste e acabamos no SoHo, o que não foi de todo mau, porque esse é um bairro boêmio de NY.

Escolhemos um bar bem pequeno e aconchegante chamado SoHo Park. Pedimos uma sopa, só tinha sopa de lentilha, ok, e pedimos uma taça de vinho espanhol, cada um. Pois bem: a sopa de lentilha era lentilha, lentilha, não era sopa. É como pedir sopa de feijão e vir feijão, com grão e tudo. Mas a "sopa" tava boa. O que não deu pra aguentar foi o vinho: na mesma linha do Frei Damião, credo!!!

Mas devo dizer que a noite foi MARAVILHOSA. A minha companhia não poderia ser melhor. Lentilha? Vinho? Que nada!!! A noite foi mágica!!! Tudo no resto do mundo deixou de existir naqueles momentos. O mundo parou enquanto estávamos lá.

Depois do jantar maravilhoso, com meu gatinho maravilhoso, voltamos pra casa da Helga. No dia seguinte, domingo, 23 de março, era Páscoa, então comemos ovo cozido (éca!) no café da manhã. Saímos, pegamos o ônibus e fomos pro Metropolitan.

Nossa!!! Esse museu merece uma semana em NY só pra ele!!! É maravilhoso!!! A melhor parte foi a dos impressionistas - quase chorei, na verdade eu chorei, qundo vi o Monet!!!! Imagina, eu, Monet, Monet e eu na mesma sala, respirando o mesmo ar, vendo um ao outro!!!! Foi inesquecível!!!

E depois de caminharmos 4 horas no museu, fomos caminhar no Central Park. Que romântico!!! Tava um dia de sol tri bonito, mas tava frio. Ficamos sentados um bom tempo (descansando as pernas, vendo as pessoas, lagarteando), depois fomos pro Strawberry Fields (uma homenagem da cidade de NY ao John Lennon).

Fomos fazer compras e voltamos pra pegar o carro para ir embora.

Na saída de NY pegamos um engarrafamento gigante!!! O que era pra ser uma viagem de 3 horas, ficou em 5!!!! Muito estressante.

Mas eu posso dizer que adorei a cidade, que quero voltar lá mil vezes e que eu amo NY.

Fim de semana em NY


Bah, sei que estava devendo muitos posts, então vou ser generosa e escrever um monte de uma vez.

Coisas muito legais aconteceram comigo e com o Bruno nessas últimas semanas. A primeira delas é que fizemos 1 ano de casados. É muito estranho pensar isso, porque estamos juntos e compromissados há 6 anos, ao mesmo tempo que vivemos juntos, mesmo, há apenas dois meses. É muito bom comemorar essas datas, mas é confuso no nosso caso. Se casamento é compromisso, já estávamos casados antes do papel, mas se casamento é morar junto, então estamos casados há algumas semanas apenas!!!
Acho que podemos dizer que não nos encaixamos exatamente num padrão e que comemorar, o que quer que seja, é sempre muito bom. Acho que podemos dizer que comemoramos estar juntos e muito, muito, felizes.

E qual o melhor jeito de comemorar aniversário de casamento nos EUA senão em NY?
Foi a minha primeira vez na Big Apple e foi inesquecível!!!!! A cidade é linda!!! Tão linda quanto eu esperava - tem prédio, carro, asfalto, barulho, luzes!!!

Fomos pra lá na sexta, dia 21 de março; alugamos um carro e pegamos o Sadoc (amigo brasileiro, que rachou a gasolina e o aluguel do carro com a gente). No caminho, paramos em New Haven, fomos na Ikea (uma loja de móveis parecida com a Tok & Stok) e compramos mesa de jantar, cadeiras, mesa de centro e mesa de canto (depois eu coloco as fotos no Picasa). Fiquei tão feliz!!! Móveis!!!! E lindos!!!!

Bom, mas chegando em NY, fomos direto para a casa da Helga, um membro do Hospitality Club, que iria nos hospedar. Antes de qualquer coisa, me deixe abrir um parênteses pra falar da Helga:

(O Hospitality Club é um site sem fins lucrativos, que tem por objetivo estimular as trocas entre viajantes de todo o mundo. Quando teve o último Fórum Social Mundial em PoA, abri a minha casa pra um alemão e uma peruana. É assim no mundo todo: você hospeda e se hospeda, trocando cultura, informação, fazendo amizade e conhecendo gente muito interessante. Pois bem, queríamos ir pra NY, mas não tínhamos dinheiro pra hospedagem, então apelamos pros membros do HC; mandamos email pra umas 6 pessoas, a Helga foi a primeira que nos aceitou. No início não queríamos ficar na casa dela, porque ela tem 68 anos e pensávamos que ela seria aquelas velhinhas chatas, que implicaria com tudo. Mas antes de viajar fiz uma pesquisa no Google, e descobri que ela tinha fugido da Alemanha Oriental em 1964, ido pros EUA sem falar uma palavra de inglês, feito ciência da computação, corrido várias maratonas, escalado o Kilimanjaro e arrecadado dinheiro para uma instiuição de micro-crédito de mulheres da Tansmânia!!! Velhinha chata? Chata é minha vida, perto da dela!!!)

Então chegamos na casa da Helga, ela cozinhou uma sopa e fez um sanduíche pra gente e depois fomos dormir. Antes disso, ela se ofereceu pra nos guiar no dia seguinte, porque queríamos ver um monte de coisas e ela achou que, se nos guiasse, pouparíamos tempo. Concordamos.

No dia seguinte, 22 de março, acordamos cedo, tomamos café e fomos pro sul da ilha. Começamos pelo Ground Zero (o lugar onde ficavam as Torres Gêmeas explodidas pelos aviões do 11/9), depois fomos pro Battery Park, um aterro construído com a terra retirada pra construir a fundação do World Trade Center, de lá dava pra ver a Estátua da Liberdade e a Ellis Island, o lugar onde desembarcavam os imigrantes que vinham pros EUA.

Depois fomos pro Castle Clinton, um forte contruído pra proteger NY dos ingleses, no século XIX, (ele é redondo, e me lembrou o forte de São Marcelo em Salvador). Passamos pelo museu do índio americano, antiga alfândega (prédio lindo!).

Depois fomos em direção à Wall Street, mas no caminho, passamos na Trinity Church, onde tinha ensaio pra missa de Páscoa - bem legal, clima gótico, órgão no fundo. Wall Street é um beco!!! Impressionante que naquele lugar seja negociado o dinheiro do mundo todo!!!!!

Depois fomos almoçar no Pier 17, um lugar perto da ponte do Brooklyn, que foi revitalizado, tem lojas, restaurantes. Comemos numa lanchonete de comida chinesa de uns chinenes muito mal educados e estressados...

Continuamos o passeio indo pra prefeitura e pra côrte de NY. Nessa altura do passeio, eu e o Bruno não aguentávamos mais continuar sendo guiados pela Helga - ela corria, tem muita energia!!! A intenção dela era nos levar en todos os lugares, mas essa não era a nossa intenção. Queríamos ver a cidade, apreciar a cidade, vendo pontos turísticos e não APENAS ver os pontos turísticos!!! E ela não aceitava sugestões; quando dissemos que não queríamos mais ir a Chinatown ela falou: "não, mas tá perto vamos lá!" E não foi uma sugestão, foi uma ordem.

Nos livramos dela dizendo que íamos no Metropolitan à tarde. Entramos no metrô, como se fossemos pro museu, mas descemos na Grand Central Station. Bom, aí comecei a ver NY de verdade....

Mas aí fica pro próximo post, senão esse vira livro!