quinta-feira, 31 de julho de 2008

Guria linda da mamãe


Hoje adotamos uma gata. Cry Baby é o nome original, mas rebatizamos de Guria. Ela tem três meses, só. Coisa fofa!
Ela não podia ser mais linda e fofa e querida e cute-cute!!!
Agora mesmo, enquanto eu escrevo, ela tá dormindo apoiada na perna do Bruno.
Foi bem difícil pra gente adotar ela. Aqui eles levam isso muito a sério. Precisa autorização do dono do apartamento e tudo. O bom é que ela já tá castrada, não vou virar avó. Ah! E ela tem microchip - se algum dia ela se perder, a autoridade que a achar pode relacionar o número do microchip com nosso endereço.

Então é isso. Temos uma nova moradora no apartamento G19, a Guria.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Carros


Nessas últimas semanas estávamos usando o carro da Angel. Ela foi de férias pro Brasil e emprestou o carro pra gente.

Nossa, que diferença faz um carro na vida de um pessoa!!! Com ele tudo fica mais fácil. Faltou cebola? Vai ali e compra. Quer tomar sorvete? É logo ali, vamos. Quer ir no cinema às 10 da noite? Sem problema!

Sem carro, é: Faltou cebola? Que saco, vamos ter que esperar até a próxima vez em que formos no super pra comprar! Quer tomar sorvete? O próximo ônibus é só daqui a 40 min... Quer ir no cinema às 10 da noite? Que horas o filme termina? Hum... não vai dar tempo de pegar o último ônibus!

Fazer o quê, né? O pior é que no inverno eu pensava: "ah, logo chega o verão e ficar sem carro não vai ser tão ruim". Ledo engano! No verão, a frequência com que os ônibus passam é menor!!! Ou seja, se no inverno esperar 15 min na parada com frio é ruim, no verão esperar 50 minutos numa parada de ônibus não é muito melhor.

Mas é melhor ir me acostumando.....

Boston


No feriado do 4 de Julho fomos para Boston. Esse é o maior feriado americano, comemoração pela independência dos Estados Unidos - e Boston teve participação importante nesse processo. Foi lá onde foi lida a Declaração de Independência pela primeira vez. E fomos até o prédio onde isso aconteceu. Essa é a parte boa de ser historiadora - se sentir parte do passado, poder sentir a continuidade do tempo.

Bom, mas então, a grande comemoração aconteceu às marges do rio Charles, onde teve um concerto e queima de fogos de artifício. Bem legal. Pena que os fogos explodiram mal, soltando uma fumaça muito grande, que cobriu os fogos no final. Tinha tanta fumaça, que não dava pra ver os fogos!

Muita gente. Muita gente. Chegamos às 7 da noite e, às 10, quando queimaram os fogos, não tinha mais lugar pra se mexer. Esperamos todo esse tempo sentados, mas os outros, que chegaram depois, tiveram que esparar de pé... uma espera e tanto!

Mas foi legal. No dia seguinte andamos a cidade a pé e ela é linda. Adoraríamos morar lá. Cidade grande, sem ser enorme, engarrafada e muito movimentada. Um monte de coisas pra fazer, mas com aquela cara de cidadezinha, sabe?

Lembra um pouco Porto Alegre - província e metrópole, ao mesmo tempo. Acho que a gente gosta daquilo com que está acostumado, do que não nos assusta ou aborrece.

Pensando num futuro ideal, um casarão em Beacon Hill até que não seria ruim.....

A Sombra



Comecei um novo curso de inglês - conversação, nível intermediário. Professora tri boa, lugar tri bonito (Jones Library - http://www.joneslibrary.org), aulas relevantes, bons colegas, poucos chineses... Mas uma coisa tem me incomodado profundamente: uma colega coberta da cabeça aos pés, incluindo seu rosto. Ela é muçulmana e usa xador (segundo a Wikipedia, "O xador é uma veste feminina que cobre o corpo todo com a exceção dos olhos"), ou seja, não conheço mais do que os olhos dela, ou melhor, nem isso, porque ela usa óculos. É uma mulher sem rosto, sem identidade.
Não acredito que relativismo cultural se aplique nesse caso. Isso é uma violação dos direitos humanos. Uma violação dos direitos femininos e uma ofensa a mim. Se homens e mulheres muçulmanos andassem cobertos, eu não implicaria, mas não é o caso. Só as mulheres têm que se esconder embaixo de panos, mesmo no calor do verão. Montage (este é o nome da minha colega) me explicou que as meninas, após menstruarem, têm que usar o véu para "esconder suas belezas e só mostrá-la para os seus futuros maridos". Argh! Que raiva!!! E os maridos? Não têm "beleza" pra esconder, não?
O pior é que essas mulheres são vítimas, mas são, também, transmissoras desses "valores", uma vez que são elas quem criam as filhas e os filhos. Os filhos são um caso a parte.
Você sabia que, em muitos países, uma mulher muçulmana não pode andar sozinha na rua, sem um homem da família para acompanhá-la? E que esse "homem da família" pode ser o filho dela de 10 anos? Como assim? Quer dizer que um piá de m... de 10 anos tem mais credibilidade, nessas sociedades, do que uma mulher de 30 anos? E de novo, são as mulheres que criam esses fedelhos desse jeito, pensando que eles têm autoridade sobre "suas" mulheres (mães, irmãs, esposas, filhas, etc.).
Mas voltando à Montage, somos só mulheres na turma, então acho que ela se sentiu "segura" para tirar o véu. Nesse dia, quando eu cheguei na sala, achei que tínhamos uma nova colega. Sim, como eu saberia que era a mesma colega das outras aulas, se eu nunca tinha visto o seu rosto? Tecido por tecido, poderia dar oi prum lençol no supermercado, pensando ser ela.

Me sinto constrangida vendo uma mulher ser tão submissa e ainda se justificar sobre isso; me sinto ofendida por que o marido dela e os outros muçulmanos acham que eu estou errada e, se eles pudessem, me colocavam um véu, também. Um véu e uma mordaça. Um véu, uma mordaça e uma venda nos olhos. Um véu, uma mordaça, uma venda nos olhos e uma lobotomia.