quinta-feira, 9 de julho de 2009

Defesa


Para aqueles que quiserem assistir a defesa da minha dissertação.

Defesa de Mestrado:

LIBERTOS NO RIO GRANDE DE SÃO PEDRO: PORTO ALEGRE E VIAMÃO
NO FINAL DO SÉCULO XVIII E INÍCIO DO XIX


Dia 31 de julho, 14h e 30 min.

Universidade Federal da Bahia/IFCH
Estrada de São Lázaro, 197 - Federação
Salvador, BA

Ai, a humanidade...


Há um tempo atrás, o Bruno enviou um link pra o site de uma rede de TV americana.

Esse site está reproduzindo um documentário feito pelas tropas russas ao chegar em alguns campos de concentração. Esses filmes estavam no London's Imperial War Museum e estavam sendo editados pelo Hitchcock, mas aparentemente foram abandonados e só agora encontrados no porão do museu.

É realmente muito bom, mas só consegui ver os dois primeiros capítulos por falta de estômago (são quatro capítulos no total).

Para aqueles (idiotas) que duvidam do holocausto ou para aqueles (como eu) que acreditam que os humanos não são ruins em sua essência, é um bom tapa na cara.

É interessante ver a reação dos oficiais da SS e das pessoas (alemães) que moravam perto dos campos - demonstram reações do tipo "cumpri ordens" ou "eu não sabia". Enquanto carregavam os corpos raquíticos dos prisioneiros para as valas comuns, a expressão de seus rostos era outra. Só vendo pra entender.

É realmente muito triste saber que É PRECISO ver isso, que precisamos lembrar, falar, para impedir que aconteça de novo.

Aliás, continua acontecendo... ontem o número de famintos no mundo atingiu a marca de 1 bilhão. UM BILHÃO DE PESSOAS!!!! Isso sem contar os genocídios étnicos, políticos ou de gênero.

Mas isso não atinge a maioria das pessoas que teriam o poder de mudar alguma coisa. Afinal, estão protegidos numa bolha de classe-média-educada que lhes dá a sensação de segurança contra todo o mal e a injustiça da sociedade que produzimos. Mas, até quando?

O massacre de homossexuais, comunistas, judeus, deficientes mentais e ciganos promovido pelos nazistas na Segunda Guerra não ocorreu por conta de homens loucos, cegos por uma ideologia, ocorreu pela conivência daqueles que apoiaram o regime e daqueles que fecharam os olhos para o que estava acontecendo.

E então? Seus olhos estão abertos?

Para ver o documentário "Memory of the camps" clique aqui.


segunda-feira, 6 de julho de 2009

1 mês e contando....


Minha saudade já já vai passar.

Daqui a pouco.

Só um pouquinho mais.

Bem pouquinho...

Foi



Pronto. Foi.

Há alguns meses eu postei aqui que estava pulando para um precipício.

Pois bem, a queda foi grande, mas consegui chegar ao chão com vida. Não que não tenha sofrido injúrias pelo caminho, afinal toda jornada sempre deixa marcas em seus viajantes, mas estou melhor do que antes.

Esse precipício era maior do que imaginava e me tomou muito tempo. Um tempo precioso.

Mas é isso. Saltei e sobrevivi - igual a todos aqueles que fizeram e fazem o mesmo.

O que importa é que terminei tudo. Agora só falta a defesa, que está marcada para o fim do mês.

Quem quiser ser testemunha ocular deste fato histórico e até pouco tempo inimaginável, por favor, se encaminhe para a Cidade da Bahia.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Dele


POEMINHA DO CONTRA

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

(Mario Quintana)


Obrigada, amor!

Eu te amo muito!!!!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

30° 02 15 S, 51° 13 13 O


Você sabe que mora no Pólo Norte quando:

a) dorme de meias, com dois cobertores e um edredom;

b) mesmo dormindo toda tapada, seu nariz fica congelado;

c) usa luvas DENTRO de casa durante o dia;

d) não consegue ficar na frente do computdor por muito tempo sem pensar "onde foi que eu coloquei o cobertor?";

e) substitui água da geladeira por água do filtro, afinal, as duas estão na mesma temperatura, mesmo.

Bah, fazia tempo que não passava tanto frio!!! Eu amo aquuecimento!!!!!

Ahhhhh! Me deixa em paz!!!!


Detesto quem não consegue ouvir não.

E não estou me referindo àquelas pessoas que negam situação; estou me referindo àquelas que, quando te fazem uma pergunta, só querem ouvir uma resposta. Se por acaso tua resposta for contrária à intenção de resposta pensada pela pessoa, ela fica querendo te convencer a todo custo que a opção dela é a melhor. Daí você rejeita novamente, e a pessoa vem com novas tentativas de convencimento.

Poxa, se não aceita a minha resposta ou não OUVE (e estou me referindo a entendimento), então não gasta meu tempo e nem pergunta!

E o pior é que, se você perde a paciência com algo do tipo: "- Que parte do NÃO você não entendeu?", a pessoa se faz de vítima porque só estava querendo ser gentil. Arghhhh!

Gentileza é ouvir, respeitar, dar espaço ao outro. Além disso, sinceridade também é importante e deve ser respeitada. Se você fala a sua opinião para uma pessoa, ela deve respeitar não só o seu ponto de vista, mas também a sua sinceridade.

Mas enfim... tem gente que não ouve, ou melhor, não quer ouvir, né?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

4 meses sem...




Coragem, amiga, coragem!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Caleidoscópio


As últimas semanas têm sido bem legais, porque tô reencontrando minhas amigas "estrangeiras"- aquelas que não moram aqui ou que eu não via faz tempo.

Saímos fim de semana retrasado e nesse último.

Foi realmente muito legal ver que estamos, pelo menos algumas de nós, no mesmo momento de nossas vidas. E o mais estranho é que estávamos/estamos/estaremos morando em cantos opostos no mundo - eu em Amherst, a Clá em Madri, a Fiorela em Barcelona e a Taíse em Coimbra ou outro canto do Brasil.

Isso é reconfortante, porque não me sinto só ou louca. Compartilho de pensamentos, ideais, sonhos, inseguranças e certezas com outras pessoas, como se fossemos uma micro-geração de mulheres que vêem a vida da mesma maneira.

Confesso que andava conversando sem eco, achando que a minha geração era mais careta. Ufa! Tava errada!

Que bom!



"Yo tengo tantos hermanos,
que no los puedo contar.

Y así seguimos andando
curtidos de soledad,
nos perdemos por el mundo,
nos volvemos a encontrar."

(Atahulpa Yupanqui)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Outono X primavera


Hum... isso me preocupa. Enquanto lá vai ficar cada vez mais calor, aqui vai começar a ficar cada vez mais frio.

E por que eu não trouxe roupa de frio, nem mesmo de meia estação?!? E por que demorei tanto pra escrever?!?

Tá... as respostas são óbvias, mas preciso de um drama, né? Básico.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Dois pesos, duas medidas

Retirado de http://maierovitch.blog.terra.com.br/2009/04/17/sos-internacional-pintora-iraniana-sera-enforcada-segunda-feira/

SOS internacional: pintora iraniana será enforcada segunda-feira.

Delara Darabi

foto Human Rights: Delara Darabi

Delara Darabi tinha 17 anos de idade quando foi presa no Irã. Foi acusada de ter matado com uma punhalada a prima de 58 anos de idade. Respondeu, também, por furto na casa da prima morta e por manter relacionamento sexual com o namorado Amir Hossain de 19 anos de idade: no Irã, sexo só com o casamento e a adúltera recebe pena capital.

Hoje, Delara Darabi está com 23 anos. Continua presa desde os crimes consumados em 2005. Na segunda-feira, 20, será enforcada por ter sido considerada autora da punhalada, com intenção de matar.

Pelo furto e intimidade com o namorado, cumpriu pena de 3 anos de cadeia. Recebeu, em público, 50 chicotadas pelo furto e mais 20 pelas relações amorosas com o namorado.

Delara Darabi nega ter matado a prima.

Ela disse que confessou quando presa para “salvar” o namorado da pena de morte. Frisou que imaginava, pelos seus 17 anos, que não seria condenada à morte. Errou nos cálculos pois a responsabilidade criminal no estado teocrático do Irã começa aos 15 anos de idade para homens e 9 anos para as do sexo feminino.

O crime de homicídio, frise-se, consumou-se em 2005 e a sentença condenatória à pena de morte foi confirmada pela Corte Suprema em 2007.

A única chance legal para Delara Darabi seria a família da vítima, — sua prima–, aceitar uma indenização em dinheiro.

O pai da condenada já fez a oferta, mas não houve aceitação. O genitor da vítima pretende renovar a proposta até o último momento, ou seja, até antes de o cadafalso se abrir e a filha ficar pendurada.

Segundo o advogado e as organizações internacionais de defesa de direitos humanos ficou provado nos autos, por laudo pericial oficial e único, que Delara Darabi é inocente. Para os peritos, o golpe de punhal foi desferido por uma pessoa destra. Darabi é canhota.

PANO RÁPIDO. Depois da China, o Irã é o país que mais condena e executa penas capitais.

No dia 18 de dezembro de 2007, — e ainda em face do impacto causado pela morte por enforcamento de Saddam Hussein–, houve Assembléia Geral da ONU para aprovar uma suspensão (moratória) das penas capitais.

Dos 129 estados-membros da ONU, 104 votaram a favor, incluído o Brasil. Ocorreram 29 abstenções. Votaram contra a moratória 54 países, dentre eles o Irã, a China e os EUA.

Segundo a Human Rights, o Irã, em 2008, enforcou oito menores de 18 anos de idade. Neste 2009, um menor já foi executado. No chamado corredor-da-morte, aguardam 150 menores de 18 anos de idade.

Para Delara Darabi, que pinta quadros na cadeia e se tornou uma pintora conhecida internacionalmente, só resta a pressão internacional por clemência ou a família da vítima aceitar uma indenização.

Vamos torcer por ela, pois pena de morte é inaceitável.


Por Wálter Fanganiello Maierovitch.


quarta-feira, 15 de abril de 2009

sábado, 11 de abril de 2009

Saudade



Dia desses estava conversando com uma amiga (Thais) sobre a saudade que sinto dos meus amigos que moram longe.

E "longe" se refere a qualquer lugar onde eu esteja morando, porque os amigos ficam no antigo lugar e/ou também se mudam. Estou em Porto Alegre, sentindo saudades dos amigos de Amherst; e quando estava lá, sentia saudades dos amigos de PoA. E dos amigos que estão em outras cidades, sinto saudades sempre.

Nesse exato momento tenho amigos em Porto Alegre, Amherst, Quebec, Granada, Barcelona, Salvador, Rio de Janeiro, Coimbra, Vitória da Conquista, Nova Iorque, Macapá, Boston, Florianópolis e alguns em vias de se mudar novamente. São continentes e raros emails de distância.

O pior é que essa saudade só tende a piorar, porque continuaremos a nos mudar e a fazer novos amigos e a nos mudar novamente e a deixar amigos para trás. E nossos amigos também vão se mudando, construindo assim uma rede de saudades infinita.

Queria muito poder reunir todo mundo numa mesma cidade, no mesmo quarteirão. Queria os meus amigos ao alcance de uma xícara de açúcar, de uma mesa de bar. Quanto egoísmo!

Tenho que me contentar em poder reunir todos no mesmo planeta.

Bom, pelo menos terei a desculpa de viajar para matar as saudades que eu sinto de todos...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Domingo, desfile da Alana

Próximo domingo, 5 de abril, uma grande e talentosa amiga vai mostrar a sua coleção no Mix Bazaar. A Alana é muito querida e merece ter seu trabalho reconhecido.

Admiro e adoro as criações dela, tanto que não saio mais de casa sem uma bolsa que ela criou! Sim, virei fã.

Quem quiser conferir o trabalho da Alana pode dar uma olhada aqui e na passarela do Mix, no domingo.

Eu estarei lá!


sábado, 21 de março de 2009

Caindo na real


Hoje me lembrei de uma frase clássica do mundo futebolístico:

“O meu clube estava à beira do precipício, mas tomou a decisão correta: deu um passo à frente”.

Se minha fonte não estiver errada, e meu amigo Gérson pode me confirmar isso, foi João Pinto, jogador do Benfica de Portugal, o autor dessa pérola.

Pois me senti assim, hoje. Estava na frente de um precipício tão alto, mas tão alto, que não via o fim. O que eu fiz? Como o jogador disse, fiz a coisa certa e dei um passo a frente!

Por que foi a coisa certa? Quando chegar ao chão, eu conto.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Ansiedade


O Ministério da Saúde adverte: escrever dissertação engorda.


sábado, 7 de março de 2009

Para as que passaram, as que passam e as que passarão


Amanhã é o Dia Internacional da Mulher.

Esse dia foi criado pra lembrar a luta das mulheres por direitos iguais - no dia 8 de março de 1808, em Nova Iorque, aconteceu um dos primeiros protestos de mulheres por melhores condições de trabalho.

Faz sentido comemorar esse dia? Faz.

Essa data serve pra lembrar de todas as mulheres que guiaram minha geração até aqui. Eu tenho educação superior, profissão, sou sexualmente ativa, sou casada e tenho a opção de não ter filhos, tenho acesso a informação, tenho direitos garantidos pela Constituição e usufruídos graças à minha condição social, assim como muitas das minhas amigas.

Mas aqui mesmo no Brasil ainda existem muitas mulheres que não podem, ainda, andar no caminho trilhado pelas mulheres que lutaram por nossos direitos.

As meninas de periferia que engravidam aos 14 anos, as meninas de 9 anos estupradas pelos pais/padrastos, as meninas que não têm acesso à escola, as mulheres que não têm acesso à universidade, as mulheres que não tem salário igual ao dos homens, as mulheres que são impedidas de trabalhar pelo machismo, as mulheres que apanham dos maridos, as mulheres homossexuais que sofrem preconceito, as mulheres que não têm direito ao aborto, precisam saber que outras, como elas, também lutaram e continuam lutando para que a igualdade prometida na Lei seja a realidade de todas as mulheres.

Há algum tempo eu escrevi um post sobre uma mulher que não podia mostrar o rosto porque sua religião, sua família, seu marido e ela mesmo, não permitiam. O post gerou uma grande discussão e isso foi bem legal, pois as coisas só mudam com discussão.

Não defendo intervenção em país nenhum, mas defendo pressão da ONU pra defender direitos humanos - veja bem, humanos, independente de sexo. O que acontece é que mulheres têm seus clitóris arrancados, são estupradas, são condenadas à morte por adultério, espancadas e ninguém fala nada, por conta do relativismo cultural! É a cultura delas, dizem.

Cultura delas porra nenhuma!

Elas são iguais a tua mãe, a tua irmã, a tua namorada, a mim e a ti! Merecem ter seu direito a vida e à integridade pessoal garantidos. Elas e todas as mulheres nessa situação - inclusive as mulheres do Brasil.

Assim, todo dia 8 de março é importante para lembrar daquelas mulheres que lutaram para que eu e muitas mulheres pudéssemos estudar, trabalhar, dar, etc, mas esse dia é importante mesmo para nos colocarmos ao lado das mulheres que não têm seus direitos garantidos e para que possamos mudar essa realidade.

Só debatendo, xingando e concordando é que podemos mudar alguma coisa. Eu, como cidadã e educadora, tento mudar as coisas, mesmo em passos de formiguinha. E você?


PS: para a Declaração Universal dos Direitos Humanos, clique aqui.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Splash ou Sobre a impunidade brasileira

Ontem fui ao cinema ver The Reader. Esse é um programa que não me canso de fazer e que não enche minha cabeça com culpa por causa da dissertação. É rapidinho, vou ali, vejo o filme e volto pra casa. O filme é muito bom, recomendo.

Mas este post não é pra comentar sobre cinema, filme bom e outras coisas prazerosas. É pra comentar o que aconteceu comigo depois do cinema.

Eu estava na parada de ônibus, do lado de fora do Shopping Barra Sul, esperando, óbvio, meu ônibus, para ir para casa. Não estava sozinha, tinha pelo menos umas 10 pessoas lá.

Foi então que aconteceu: um carro passou bem perto da parada, um carro pequeno, tipo Pálio, mas com 4 portas, e da janela da porta de trás desse carro jogaram um líquido em mim. E não foi pouco não, eu fiquei toda molhada, como se tivesse pego chuva. Foi muito rápido! Sabe, no cinema, quando uma cena corta pra outra? Pois é, foi mais ou menos assim que aconteceu. Numa hora eu vi o líquido, no outro eu estava molhada.

Não consegui pensar em nada, nem em anotar a placa, porque foi realmente muito rápido, acho que o carro estava a uns 40 km/h. Só ouvi a risada, ao fundo, do imbecil que fez isso. Engraçado, né?

Me senti tão envergonhada! Não por estar molhada, não por ter ouvido a risada desse palhaço ou de algumas pessoas sem empatia nenhuma que estavam na parada, mas fiquei envergonhada por ser impotente e por saber que esses caras fazem isso e saem impunes. Aliás, eles fazem isso por causa da impunidade.

Cabe dizer que eles atiraram água em mim, mas poderia ter sido urina, ácido ou qualquer outra coisa.

Eu senti tanta vergonha do Brasil! Desse país que defende ricos e que perpetua a noção de que esses mauricinhos vão se dar bem às custas dos outros. Esse é o país da impunidade!

Não anotei (nem vi) a placa do carro, por isso não dei queixa. E mesmo se desse, ninguém ia investigar porra nenhuma, seria só mais um número pra estatística. Por isso que os idiotas que fizeram isso comigo vão continuar fazendo com outras pessoas.

Não têm respeito pelos outros e não têm medo da justiça, porque ela não existe nesse país!

Hoje eu desisti daqui.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Happy Birthday para o blog...

Bah... passou o dia 25 e nem me dei conta: o blog fez um ano!!!!

É big, é big, é hora, é hora, rá, tim, bum! Blog! Blog! Blog!

O pior é que parece que foi ontem que eu comecei a escrever. Parece tão pouco tempo, mas aconteceram tantas coisas, minha vida mudou tanto!

E escrever sobre isso foi muito legal e mais legal ainda foi compartilhar esses momentos e (in)experiências.

Agora, todo mundo cantando junto: Parabéns a você, nessa data querida....

sábado, 24 de janeiro de 2009

Nome aos bois


Ainda durante as eleições primárias do Partido Democrata, apoiava Hillary Clinton como candidata do partido, mesmo achando Obama um candidato melhor. Mesmo sabendo que o preconceito contra as mulheres ainda é grande, achava que o preconceito contra um negro na Casa Branca seria ainda maior, e que os rednecks prefeririam votar na branca loira do que no negro com nome esquisito.
Pois bem, ainda bem que quem foi preconceituosa fui eu. Ainda bem que eu estava errada e que os americanos me deram uma lição (também não estou dizendo que não há preconceito, mas ele é menor do que eu pensava). Admito com toda felicidade do mundo: eu estava errada!

Passadas as eleições, a vitória emocionante de Obama e a posse, sou surpreendida mais uma vez. Agora quem me surpreendeu foi Seu Barack.

Ele entrou chutando a porta da frente!!! Já entrou congelou salários; proibindo "presentinhos" a funcionários do governo; abrindo todas as informações da sua administração; mandando a CIA, aquela agência que só dá fora, parar com todas as atividades; autorizando pesquisa com células-tronco e o financiamento a entidades pró-aborto; programando o fechamento da prisão-inferno Guantanamo; e nomeando como tortura as "práticas de interrogatório" utilizadas no governo passado.

Fico bem feliz com essa última medida. Já tinha falado aqui sobre a imbecilidade do ex-governo americano em achar que as pessoas são imbecis a ponto de acreditar que ameaçar alguém preso com um cachorro raivoso, deixá-lo horas na mesma posição, obrigá-lo a ouvir horas e horas a mesma música em som ensurdecedor, despí-lo e humilhá-lo diante de outras pessoas, submetê-lo a variações de ambientes climatizados (muito quente, muito frio) e privá-lo de seus sentidos não é tortura. Ora... Faça-me o favor!!! E o Papai Noel, desceu a chaminé?

Também foi legal ter visto - e ver? - a campanha pra prender o Bush por crimes de guerra. Adoraria ver aquele arrogante enjaulado. Ele e a corja que estava com ele no poder, a saber, Cheney, Rumsfeld, Rice, etc.

Mas enquanto isso não acontece, a gente se diverte vendo o Obama revertendo as idiotices do Bush já nos seus primeiros dias de mandato.

Well done, Seu Barack!!! Tortura é tortura, não tem outro nome.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sapo


Não sei quem está pior: se são aqueles com neve em Amherst, ou se somos nós com chuva em Porto Alegre!!!!

PS: continuo branca!!!!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Quintana, Quintana....


O Bruno tem razão: Porto Alegre tem um cheiro.

Se por acaso eu nunca mais colocasse meus pés nessa cidade, seria de hoje a minha lembrança mais vívida.

Estava sozinha, desfrutando o sabor de andar sozinha, observando, quando fui surpreeendida por um cheiro não-sei-de-quê que me arrebatou e me fez pensar: Porto Alegre! Um cheiro abafado, de verão, de rua, de entardecer.

Junto com o cheiro veio o vento. Ah! O vento! O vento de liberdade, de onipotência que só Porto Alegre tem... Me fez lembrar de quando eu voltava do colégio e sentia o vento batendo nos cabelos. Me fazia me sentir mais forte, como hoje.

Pra completar, o som de quero-queros e o anoitecer púrpura por cima das árvores verdes, verdes...

Se eu nunca mais pudesse ver, ouvir, cheirar e sentir Porto Alegre, seria do dia de hoje que eu me lembraria.

"Céus de Porto Alegre
como farei para levar-vos para o Céu?"*

*Mário Quintana

Ai, saudade!


Ano novo, muitas novidades. Foi tanta correria nesses primeiros dias do ano, que nem deu pra dedicar tempo pro blog.
Desde o último post tivemos um Natal maravilhoso com todo mundo lá em casa, fomos obrigados a deixar nossa gata aos cuidados da Gili e da Paula, viajamos pro Brasil, passamos o Ano Novo com nossas famílias, fomos pra praia, visitamos quase todos os amigos e, há dois dias atrás, o Bruno voltou pra Amherst e encontrou nossa gata mais gorda ainda.

Fiquei só novamente. Mais um tema para um fado para esta rapariga tão acostumada a viver longe de seu amado. Não est´além-mar, mas está longe.

"Meu amor é marinheiro
E mora no alto mar
Seus braços são como o vento
Ninguém os pode amarrar.

Quando chega à minha beira
Todo o meu sangue é um rio
Onde o meu amor aporta
Seu coração - um navio.

Meu amor disse que eu tinha
Na boca um gosto a saudade
E uns cabelos onde nascem
Os ventos e a liberdade.

Meu amor é marinheiro
Quando chega à minha beira
Acende um cravo na boca
E canta desta maneira.

Eu vivo lá longe, longe
Onde passam os navios
Mas um dia hei-de voltar
Às águas dos nossos rios.

Hei-de passar nas cidades
Como o vento nas areias
E abrir todas as janelas
E abrir todas as cadeias.

Assim falou meu amor
Assim falou-me ele um dia
Desde então eu vivo à espera
Que volte como dizia."*


*Composição: Alain Oulman / Manuel Alegre